A 1a. Sport Modelismo, antes da correção da palavra "Ferromodelismo", depois prontamente corrigida pela bronca do Sr. Wokal. |
Quando me senti tão disposto escrevendo sobre o aeromodelismo neste Blog que a neta Rafaella abriu para mim, fiquei preocupado se não seria apenas por saudosismo; saudades de um passado tão feliz e de tantos companheiros queridos que já partiram para o andar de cima. Pensei: devo continuar, encerro por aqui? Minha preocupação se explica, pois é importante aos leitores que eventualmente acompanham o Blog que as postagens sejam interessantes. Gostaria mesmo se possível que eles comentassem as publicações.
Bem, de qualquer forma a preocupação já diminuiu, porque hoje voltei ao computador (maldito, como apanho dele, nem sequer consigo colocar uma foto no artigo) para lembrar da revista Sport Modelismo e daqueles que colaboraram comigo para que ela pudesse ser editada.
Nos anos 60, após vender a loja que tinha em Tucuruvi - SP, me dediquei às construções de imóveis, que davam melhor resultado financeiro. Com a nova profissão, passei a dispor de um tempo ocioso durante o dia. Aeromodelista apaixonado, pensei como poderia aproveitá-lo para fazer algo pelo meu esporte. Resolvi, então, fazer uma revista de aeromodelismo. Até aquela ocasião as revistas que haviam sido editadas no Brasil não tinham passado dos primeiros números. A razão principal é que a maioria delas dependia de artigos extraídos de revistas estrangeiras e até as plantas para construção dos modelos publicados pediam materiais que não eram encontrados no comércio brasileiro. Desapontavam o leitor.
Nos anos 60, após vender a loja que tinha em Tucuruvi - SP, me dediquei às construções de imóveis, que davam melhor resultado financeiro. Com a nova profissão, passei a dispor de um tempo ocioso durante o dia. Aeromodelista apaixonado, pensei como poderia aproveitá-lo para fazer algo pelo meu esporte. Resolvi, então, fazer uma revista de aeromodelismo. Até aquela ocasião as revistas que haviam sido editadas no Brasil não tinham passado dos primeiros números. A razão principal é que a maioria delas dependia de artigos extraídos de revistas estrangeiras e até as plantas para construção dos modelos publicados pediam materiais que não eram encontrados no comércio brasileiro. Desapontavam o leitor.
Hoje temos em circulação a excelente "Hobby News", bem impressa, belas fotos, boas reportagens, comandada pelo amigo José Luiz, seu incansável editor. Aliás, lembrando que ele sofreu um infarto a pouco tempo, aproveito o ensejo para enviar-lhe um abraço esperando que esteja em ótimo restabelecimento.
Voltando aos anos 60, recebi todo apoio ao solicitar de alguns modelistas a colaboração na revista que pretendia editar. Contudo, senti que teria pouco a publicar mensalmente se apenas trabalhasse com o aeromodelismo. Sempre pensei em unir todos os tipos de modelismo. Assim, como primeiro passo, imaginei uma publicação que falasse do AERO, AUTO, FERREO, PLASTI e NAUTIMODELISMO. O número de interessados cresceu. Melhorou também a quantidade de possíveis anunciantes e a equalização das despesas relativas à edição, impressão e distribuição para todo o país. Resolvido.
O segundo passo foi encontrar um título para a revista. Qual seria seu nome?
O saudoso e querido amigo Felício Cavalli, que editara uma revista por pouco tempo, ofereceu graciosamente o nome da mesma, o que facilitou burocraticamente: surgiu a nova "SPORT MODELISMO".
Voltando aos anos 60, recebi todo apoio ao solicitar de alguns modelistas a colaboração na revista que pretendia editar. Contudo, senti que teria pouco a publicar mensalmente se apenas trabalhasse com o aeromodelismo. Sempre pensei em unir todos os tipos de modelismo. Assim, como primeiro passo, imaginei uma publicação que falasse do AERO, AUTO, FERREO, PLASTI e NAUTIMODELISMO. O número de interessados cresceu. Melhorou também a quantidade de possíveis anunciantes e a equalização das despesas relativas à edição, impressão e distribuição para todo o país. Resolvido.
O segundo passo foi encontrar um título para a revista. Qual seria seu nome?
O saudoso e querido amigo Felício Cavalli, que editara uma revista por pouco tempo, ofereceu graciosamente o nome da mesma, o que facilitou burocraticamente: surgiu a nova "SPORT MODELISMO".
Ótimo, tudo bem, mas não tínhamos idéia de como fazer uma revista.
Consultamos outro grande amigo, o Erkki Bohm, também já falecido. Erkki era finlandês, ex-piloto de guerra, um teórico do aeromodelismo e excepcional desenhista, profissão com a qual prestava serviços para várias revistas. Aconselhou-me a contatar o aeromodelista e seu conterrâneo Yussi Lehto, que sendo fotógrafo da editora Abril tinha conhecimentos sobre a formatação de publicações.
Com Yussi aprendi a paginar e fazer um "boneco", ou seja, elaborar uma revista com papel comum em branco, com o tamanho e a quantidade de páginas desejados, colar os artigos escritos previamente impressos em linotipo, os clichês das fotos, e depois sangrar, isto é, aperfeiçoar seu corte.
Era um trabalho que nem se pensa em ter hoje em dia. No mundo digital, com a invenção do computador
(maldito ou bendito), tudo ficou mais fácil e perfeito.
Mas, vejam que infeliz coincidência! Justamente hoje, escrevendo este artigo, recebi a notícia do falecimento do Yussi. Não é muito triste?
Voltando novamente aos anos 60... Para a impressão das fotos da SM encontrei uma clicheria onde fui muito bem atendido por um dos funcionários . Ao voltar para retirar o serviço, o moço que me atendeu, impressionado com os clichês, perguntou-me como era um aeromodelo. Para matar sua curiosidade convidei-o para ir a minha casa. Encantado com os modelos que viu na minha oficina, pediu para ir ao campo de vôo. Dai, apaixonou-se pelo aeromodelismo, começou a construir planadores A-2, participou de provas e fez parte da equipe da Seleção Brasileira em vários Sulamericanos. Seu nome: Armando Martins.
Alguns modelistas, especialistas nas diversas modalidades do modelismo apresentadas na revista, participaram assiduamente das publicações colaborando incrivelmente Seguem seus nomes. Perdoem-me, por favor, se eu porventura esquecer alguém, pois minha "cuca" já anda pifando:
AEROMODELISMO: Almir Matos, Paulo Solon, Cavalli, Ferdinando Faria.
AUTOMODELISMO: Evaldo P. Almeida, Valentim Sarvasi.
FERREOMODELISMO : Joaquim Wokal - (quase apanhei por ter escrito FERRO no 1º número)
PLASTIMODELISMO: Francisco Penino
NAUTIMODELISMO: Edmar Mammini, H. Brício.
DESENHOS E CARICATURAS: José Americo Mendes
FOTOGRAFIAS: Yussi Lehto e Claudio Larangeira
REDATORA E REVISORA: Daisy Rabello Nutini
Essa bela turma foi a responsável pelo que acredito ser sido o êxito de nossa revista
Ainda hoje recebo mensagens de modelistas perguntando por números avulsos da revista. Suas coleções ficaram incompletas. Fico feliz ao saber do interesse, mas tenho somente uma coleção completa encadernada que guardo com muito carinho. Recentemente recebi o telefonema de um plastimodelista que gostaria de conhecer o editor da SM. Nos encontramos e fiquei conhecendo talvez um dos maiores colecionadores de automodelos chamados de fenda (ex-autorama). Fui com minha esposa ao seu sítio para conhecer sua coleção. Ela se encontra num salão construído especialmente para isso, climatizado. É formada por mais de 3.000 (TRÊS MIL) chamados carrinhos, todos novos, em suas embalagens originais, em pleno funcionamento. O modelista importou pistas da Alemanha, os cenários apropriados, construiu e organizou prateleiras com as mais variadas coleções de revistas, inclusive a nossa SM. Convida os amigos para competirem com seus bólidos nos finais de semana. Carinhosamente eu o chamei de '"Doido de Pedra". Para completar, hoje ele tem uma loja especializada em modelismo, aqui em São Paulo, no bairro Santana. É a "SEBRING". Sua coleção particular ficou no sítio, nada foi usado na nova loja. É um fanático, concordam? Seu nome: Oswaldo Pace.
Mencionei o Oswaldo devido a pergunta que me fez e constantemente recebo: "Após tantos números publicados, bem sucedida e recebida pelos aficionados por três anos, porque SM parou de ser editada?"
Lá vai a resposta: O tempo ocioso que a ela eu dedicava no início de sua edição, deixou de existir quando a construção de imóveis cresceu. E esta era meu ganha-pão. Com muita dor, resolvi encerrar minha carreira como editor, ficando eternamente grato pelo carinho de nossos leitores e dos amigos.
Consultamos outro grande amigo, o Erkki Bohm, também já falecido. Erkki era finlandês, ex-piloto de guerra, um teórico do aeromodelismo e excepcional desenhista, profissão com a qual prestava serviços para várias revistas. Aconselhou-me a contatar o aeromodelista e seu conterrâneo Yussi Lehto, que sendo fotógrafo da editora Abril tinha conhecimentos sobre a formatação de publicações.
Com Yussi aprendi a paginar e fazer um "boneco", ou seja, elaborar uma revista com papel comum em branco, com o tamanho e a quantidade de páginas desejados, colar os artigos escritos previamente impressos em linotipo, os clichês das fotos, e depois sangrar, isto é, aperfeiçoar seu corte.
Era um trabalho que nem se pensa em ter hoje em dia. No mundo digital, com a invenção do computador
(maldito ou bendito), tudo ficou mais fácil e perfeito.
Mas, vejam que infeliz coincidência! Justamente hoje, escrevendo este artigo, recebi a notícia do falecimento do Yussi. Não é muito triste?
Voltando novamente aos anos 60... Para a impressão das fotos da SM encontrei uma clicheria onde fui muito bem atendido por um dos funcionários . Ao voltar para retirar o serviço, o moço que me atendeu, impressionado com os clichês, perguntou-me como era um aeromodelo. Para matar sua curiosidade convidei-o para ir a minha casa. Encantado com os modelos que viu na minha oficina, pediu para ir ao campo de vôo. Dai, apaixonou-se pelo aeromodelismo, começou a construir planadores A-2, participou de provas e fez parte da equipe da Seleção Brasileira em vários Sulamericanos. Seu nome: Armando Martins.
Alguns modelistas, especialistas nas diversas modalidades do modelismo apresentadas na revista, participaram assiduamente das publicações colaborando incrivelmente Seguem seus nomes. Perdoem-me, por favor, se eu porventura esquecer alguém, pois minha "cuca" já anda pifando:
AEROMODELISMO: Almir Matos, Paulo Solon, Cavalli, Ferdinando Faria.
AUTOMODELISMO: Evaldo P. Almeida, Valentim Sarvasi.
FERREOMODELISMO : Joaquim Wokal - (quase apanhei por ter escrito FERRO no 1º número)
PLASTIMODELISMO: Francisco Penino
NAUTIMODELISMO: Edmar Mammini, H. Brício.
DESENHOS E CARICATURAS: José Americo Mendes
FOTOGRAFIAS: Yussi Lehto e Claudio Larangeira
REDATORA E REVISORA: Daisy Rabello Nutini
Essa bela turma foi a responsável pelo que acredito ser sido o êxito de nossa revista
Ainda hoje recebo mensagens de modelistas perguntando por números avulsos da revista. Suas coleções ficaram incompletas. Fico feliz ao saber do interesse, mas tenho somente uma coleção completa encadernada que guardo com muito carinho. Recentemente recebi o telefonema de um plastimodelista que gostaria de conhecer o editor da SM. Nos encontramos e fiquei conhecendo talvez um dos maiores colecionadores de automodelos chamados de fenda (ex-autorama). Fui com minha esposa ao seu sítio para conhecer sua coleção. Ela se encontra num salão construído especialmente para isso, climatizado. É formada por mais de 3.000 (TRÊS MIL) chamados carrinhos, todos novos, em suas embalagens originais, em pleno funcionamento. O modelista importou pistas da Alemanha, os cenários apropriados, construiu e organizou prateleiras com as mais variadas coleções de revistas, inclusive a nossa SM. Convida os amigos para competirem com seus bólidos nos finais de semana. Carinhosamente eu o chamei de '"Doido de Pedra". Para completar, hoje ele tem uma loja especializada em modelismo, aqui em São Paulo, no bairro Santana. É a "SEBRING". Sua coleção particular ficou no sítio, nada foi usado na nova loja. É um fanático, concordam? Seu nome: Oswaldo Pace.
Mencionei o Oswaldo devido a pergunta que me fez e constantemente recebo: "Após tantos números publicados, bem sucedida e recebida pelos aficionados por três anos, porque SM parou de ser editada?"
Lá vai a resposta: O tempo ocioso que a ela eu dedicava no início de sua edição, deixou de existir quando a construção de imóveis cresceu. E esta era meu ganha-pão. Com muita dor, resolvi encerrar minha carreira como editor, ficando eternamente grato pelo carinho de nossos leitores e dos amigos.
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