HISTORIA DENTRO DA HISTORIA
Vivemos um período conturbado na nossa historia politica. Todos os dias e em todas as horas, TV, Radio, Internet, celulares, denuncias, lava-jato mandando brasa, corrupção e vergonha para nós todos eleitores, que sempre estivemos afastados dos noticiários políticos. Nós votamos e infelizmente mal.
Aí meus amigos estarão perguntando? e o que esse Blog tem com isso? não é especialmente dedicado ao aeromodelismo? esclareço:
Dia 22 de Fevereiro 2017, abro o noticiário no computador e vejo uma denuncia na capa da Revista Isto È; Titulo: "LEVEI MALA DE DINHEIRO PARA LULA". Até ai nada de novidade, mas no roda-pé - ainda ele. a testemunha: "FERNANDO BOTELHO, EMPREITEIRO MORTO NUM ACIDENTE AÉREO EM 2012, FOI ASSASSINADO"
Em minha memoria, lembro que conheci o Fernando Arruda Botelho, diretor da empreiteira "Empresa Camargo Correa", quando praticava aeromodelismo na categoria de U-Control hoje VCC. no Ibirapuera. A ultima noticia a seu respeito, foi que sofreu um acidente aéreo no qual veio a falecer, Estava acompanhado de seu instrutor, fazendo acrobacias com seu avião. na fazenda da Empresa.
A HISTORIA
Certo dia, o amigo e afilhado, Celso De Santi, presidente do clube de aeromodelismo (AJA) em Jundiaí, me convidou para presenciar um evento: "SHOW de aeromodelismo" nas pistas do clube.
Capa da Revista "ISTO È" - 22-2-2017 |
A HISTORIA
Certo dia, o amigo e afilhado, Celso De Santi, presidente do clube de aeromodelismo (AJA) em Jundiaí, me convidou para presenciar um evento: "SHOW de aeromodelismo" nas pistas do clube.
Lá fui eu e minha esposa Daisy num domingo de sol, belo local, boa pista, boa organização, muitos modelos, arquibancada com torcida, e o grande Vadico na locução,
Observei que estava estacionado junto as pistas, um Demoiselle, tamanho e copia do original e tinha chegado ao local com suas próprias forças.
Perguntei ao Celso de quem era? Era do Fernando Arruda Botelho. Disse que alem desse avião, ele possuía outros 4 iguais, esparramados pelo mundo afora. Todos com pilotos próprios.
Fernando Arruda, estava no local, e apesar de meus cabelos brancos, me reconheceu e veio ao meu encontro.
da esquerda para a direita: Januário Bruno (falecido) Fernando Arruda Botelho e aqui o velhão |
Abraços,. lembranças etc... Surgiu um dialogo interessante:
F: Nutini, vc ainda tem contato com seus amigos da Aeronáutica?
N: Estou afastado da direção da ABA (atual CoBra) a alguns anos. Mas, continuo me correspondendo com os bons amigos que lá amealhei. E aí? em que posso ser útil?
F: Vc sabe que tenho este Demoiselle e outros 4 em outros locais. Quero fazer uma travessia aérea com ele pelo Canal da Mancha, da França até a Inglaterra num voo histórico. Bom para nós e para o Brasil. O Ermírio de Morais, já se propôs me seguir com sua lancha pelo canal para dar cobertura náutica. Tenho piloto e tudo o mais necessário.
N: Um belo e audacioso projeto. Gostei da ideia. Qual é o problema?
F: È com as autoridades francesas. Não consigo me comunicar com elas e nem como proceder para obter vistos, transporte interno, combustível, logística, enfim toda uma burocracia que só se vence com conhecimento das pessoas ligadas ao governo.
N: Posso tentar falar com os atuais militares conhecidos da aeronáutica, e volto a te informar.
No dia seguinte, por telefone, entrei em contato com o Comandante do IV Comando Aéreo da Aeronáutica - SP, na época o Major Brig. Sócrates Monteiro. Em artigos anteriores nesse blog, já o mencionei como um grande amigo dos aeromodelistas e se me permitem, meu em particular. Chegou a Ministro da Aeronáutica no Governo Collor.
Dias depois, recebi um comunicado do Maj. Brig. Sócrates, avisando que eu tinha um encontro marcado com o Sr. Consul da França em SP. ao qual estariam presentes também um representante do Fernando Arruda.
Dia e hora estabelecido, compareci e fomos recebidos pelo Sr. Consul. Educado, e simpático, quis saber qual eram o nossos problemas.
Antes de mais nada, preveniu que o ano fiscal estava em curso e não poderia atender mais qualquer solicitação que significasse despesa.
Expus o projeto da travessia do Canal da Mancha com o Demoiselle a partir da França. Achou a ideia interessante, se comprometeu a falar com o militar responsável da França (equivalente ao nosso ex-DAC), ao qual nós deveríamos preparar um documento elencando todas as nossas necessidades logísticas. Ótimo começo.
Passado uma semana, liguei para o representante do Fernando, para saber se tinha enviado o documento, com um relatório de solicitações, e recebido alguma resposta. O representante que se intitulou como diretor da "Empresa Demoiselle Eventos Aeronáuticos", disse que havia recebido uma resposta negativa do Consul. Ele no elenco das solicitações, pediu um aporte financeiro (R$40.000,00) para o transporte interno do avião e o combustível.
A unica coisa que o Consul pediu desde o inicio de nossa conversa, era que não poderia atender a qualquer solicitação de valor a titulo de promoção.
FIM DA CONVERSA.
Confesso que fiquei indignado com o representante do Fernando. Pela primeira vez em minha vida, agora como ex. dirigente do aeromodelismo, coloquei a credibilidade e o bom nome que conquistamos através dos eventos e parcerias principalmente com a Aeronáutica. Fizemos um papel no minimo inadequado, junto a uma autoridade internacional, pois o valor pedido, elevado ou não, (vejam hoje os valores denunciados na Lava-Jato) sendo os protagonistas do evento, pessoas que presidiam Empresas enormes e conhecidas pela situação financeira, que certamente se encarregariam em arcar com essas despesas. Um investimento pequeno para tal promoção internacional. Nunca solicitar ao Sr. Consul!
Ficou uma lição: Para se conseguir boa reputação, honesta, junto a qualquer tipo de autoridade, quem estiver disposto a comandar uma entidade esportiva como por exemplo a nossa CoBra, jamais poderá ultrapassar seus limites de poderes que o cargo lhe é confiado, principalmente se for para interesse particular, seja de que tipo for.
Lembrar: quando nos apresentamos para uma audiência com uma autoridade, ele nos olha e o primeiro filme que passa na cabeça dessa autoridade é: quanto sera que esse sujeito ira pedir?
Fiz ver meu desagrado na época do fato ocorrido ao Fernando Arruda. Trocamos algumas palavras mais fortes, até pesadas, via internet. Tenho até hoje copia dessas mensagens.
Posteriormente ele me enviou um livro com a historia de sua vida na aviação, e de como construiu o Demoiselle. Junto veio um mimo, feito de metal, uma bonita miniatura do celebre avião de Santos Dumont. Guardo-a com carinho.
Sua morte prematura num acidente aéreo, foi muito lamentada.
A Revista Isto É. me fez relembrar o caso, e o tempo certamente contara toda a historia.
A denuncia de que foi um assassinato, é grave e me chocou, A imprensa livre está ai para investigar e certamente as autoridades atentas aos fatos virão a publico para confirmar ou não.
A revista insinua em suas paginas internas, com farta reportagem sobre o acidente, e que houve queima de arquivo, talvez uma futura ilação premiada da Camargo Correa. (teoria da conspiração?)
F: È com as autoridades francesas. Não consigo me comunicar com elas e nem como proceder para obter vistos, transporte interno, combustível, logística, enfim toda uma burocracia que só se vence com conhecimento das pessoas ligadas ao governo.
N: Posso tentar falar com os atuais militares conhecidos da aeronáutica, e volto a te informar.
No dia seguinte, por telefone, entrei em contato com o Comandante do IV Comando Aéreo da Aeronáutica - SP, na época o Major Brig. Sócrates Monteiro. Em artigos anteriores nesse blog, já o mencionei como um grande amigo dos aeromodelistas e se me permitem, meu em particular. Chegou a Ministro da Aeronáutica no Governo Collor.
Dias depois, recebi um comunicado do Maj. Brig. Sócrates, avisando que eu tinha um encontro marcado com o Sr. Consul da França em SP. ao qual estariam presentes também um representante do Fernando Arruda.
Dia e hora estabelecido, compareci e fomos recebidos pelo Sr. Consul. Educado, e simpático, quis saber qual eram o nossos problemas.
Antes de mais nada, preveniu que o ano fiscal estava em curso e não poderia atender mais qualquer solicitação que significasse despesa.
Expus o projeto da travessia do Canal da Mancha com o Demoiselle a partir da França. Achou a ideia interessante, se comprometeu a falar com o militar responsável da França (equivalente ao nosso ex-DAC), ao qual nós deveríamos preparar um documento elencando todas as nossas necessidades logísticas. Ótimo começo.
Passado uma semana, liguei para o representante do Fernando, para saber se tinha enviado o documento, com um relatório de solicitações, e recebido alguma resposta. O representante que se intitulou como diretor da "Empresa Demoiselle Eventos Aeronáuticos", disse que havia recebido uma resposta negativa do Consul. Ele no elenco das solicitações, pediu um aporte financeiro (R$40.000,00) para o transporte interno do avião e o combustível.
A unica coisa que o Consul pediu desde o inicio de nossa conversa, era que não poderia atender a qualquer solicitação de valor a titulo de promoção.
FIM DA CONVERSA.
Confesso que fiquei indignado com o representante do Fernando. Pela primeira vez em minha vida, agora como ex. dirigente do aeromodelismo, coloquei a credibilidade e o bom nome que conquistamos através dos eventos e parcerias principalmente com a Aeronáutica. Fizemos um papel no minimo inadequado, junto a uma autoridade internacional, pois o valor pedido, elevado ou não, (vejam hoje os valores denunciados na Lava-Jato) sendo os protagonistas do evento, pessoas que presidiam Empresas enormes e conhecidas pela situação financeira, que certamente se encarregariam em arcar com essas despesas. Um investimento pequeno para tal promoção internacional. Nunca solicitar ao Sr. Consul!
Ficou uma lição: Para se conseguir boa reputação, honesta, junto a qualquer tipo de autoridade, quem estiver disposto a comandar uma entidade esportiva como por exemplo a nossa CoBra, jamais poderá ultrapassar seus limites de poderes que o cargo lhe é confiado, principalmente se for para interesse particular, seja de que tipo for.
Lembrar: quando nos apresentamos para uma audiência com uma autoridade, ele nos olha e o primeiro filme que passa na cabeça dessa autoridade é: quanto sera que esse sujeito ira pedir?
Fiz ver meu desagrado na época do fato ocorrido ao Fernando Arruda. Trocamos algumas palavras mais fortes, até pesadas, via internet. Tenho até hoje copia dessas mensagens.
Posteriormente ele me enviou um livro com a historia de sua vida na aviação, e de como construiu o Demoiselle. Junto veio um mimo, feito de metal, uma bonita miniatura do celebre avião de Santos Dumont. Guardo-a com carinho.
Sua morte prematura num acidente aéreo, foi muito lamentada.
A Revista Isto É. me fez relembrar o caso, e o tempo certamente contara toda a historia.
A denuncia de que foi um assassinato, é grave e me chocou, A imprensa livre está ai para investigar e certamente as autoridades atentas aos fatos virão a publico para confirmar ou não.
A revista insinua em suas paginas internas, com farta reportagem sobre o acidente, e que houve queima de arquivo, talvez uma futura ilação premiada da Camargo Correa. (teoria da conspiração?)
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